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sábado, 22 de outubro de 2022

Comunicação Celular

 


Os princípios de comunicação celular regem as conversas e o entendimento entre todas as células do corpo humano. Dito isso, seu conhecimento é um componente essencial da compreensão da fisiologia humana. Então, é importante relembrar tanto com a explicação conceitual quando os exemplos, as maneiras que as células usam para se comunicar, que podem ser as mais variadas, dentre as diversas maneiras podemos destacar algumas em particular, que são:
ENDÓCRINA: É o tipo de comunicação no qual o mediador químico é secretado na corrente sanguínea por um grupo de células e, ao se difundir pelo sangue, vai atuar num outro grupo de células distantes do local de produção, as quais expressam receptores para o mediador em questão. Classicamente, atribui-se o nome dos mediadores químicos que atuam de maneira endócrina de hormônios, então, hormônio é aquele mediador químico com ação endócrina, mas isso não exclui que o mesmo possa ter ações adicionais, como parácrina, autócrina ou intrácrina. Ex: A Hipófise liberando ACTH na circulação, e este indo até a adrenal e atuando no córtex para causar a liberação dos hormônios adrenais.
PARÁCRINA: É o tipo de comunicação no qual o mediador químico é secretado no LEC (Líquido Extracelular) da vizinhança do tecido, e assim, atua em células vizinhas diferentes da produtora, mas sem chegar a circulação. Ex: Quando as células endoteliais produzem óxido nítrico, este se difunde para as células da musculatura lisa vascular adjacentes, e atua como agente vasodilatador para regular o tônus vascular e o fluxo sanguíneo. Ou a insulina produzida pelas células beta do pâncreas atuando nas células alfas adjacentes para inibir a produção de glucagon também é um exemplo de ação parácrina.
AUTÓCRINA: É o tipo de comunicação no qual o mediador químico é secretado também no LEC (Líquido Extracelular) da vizinhança do tecido, porém este atua nas própria célula que o produziu. Ou seja, as células respondem as substâncias que elas mesmas secretam, isto é, a célula produtora também é a célula-alvo. É como se o mediador químico fosse secretado e após isso, ele volta a se ligar na membrana da própria célula produtora. Muito utilizado com a intenção de amplificar sinais de pouca intensidade, no caso da retroalimentação positiva e na interrupção de sinais muito intensos, no caso da retroalimentação negativa, inibindo sua própria síntese. Ex: Algumas células produzem fator de crescimento para elas mesmas, alguns neurônios produzindo BNDF.
INTRÁCRINA: É uma forma especializada de comunicação autócrina. É quando o mediador não chega a ser secretado da célula, não havendo exteriorização do mesmo. Geralmente isso é produto de uma metabolização intracelular, por isso faz-se necessário um receptor intracelular, pois a secreção do hormônio e a ligação ao receptor ocorrem dentro da mesma célula. Ex: O hormônio T4 é convertido a T3 dentro da célula alvo e atua sobre a mesma.
JUSTÁCRINA: É o tipo de comunicação no qual o mediador químico de uma célula interagem ainda na membrana dela com outra célula, ou seja, é dependente de contato, através da adesão entre células adjacentes (Logo é necessário que a célula que produz o mediador esteja em contato direto com a célula que possui o receptor apropriado). A comunicação via junções gap (junções comunicantes) via conexinas também é considerada justácrina. Ex: A via de sinalização Notch é um exemplo de sinalização justácrina em que duas células adjacentes têm que ter contato físico para que se processe a comunicação. Este requerimento de contato direto permite um controle preciso da diferenciação celular durante o desenvolvimento embrionário. O mecanismo de apresentação de antígeno pelas células APCs aos linfócitos T CD8+ também é por via justácrina, assim como algumas interações com outras células do sistema imune.
CRIPTÓCRINA: É o tipo de comunicação no qual o mediador químico de uma célula interagem seletivamente num compartimento subcelular delimitado com células intimamente relacionadas. Ex: No túbulo seminífero, no qual ocorre interação entre célula de sertoli e célula espermática, na qual o fator TGF atua sobre as espermátides, sem conseguir ter ação sobre interstício por causa da barreira hematotesticular - quando existe a produção de um hormônio que atua no local sem poder se difundir para o meio intersticial. É um atendimento local/regional tecido-específico.
NEURÓCRINA: É o tipo de comunicação no qual o mediador químico é liberado de uma terminação nervosa e podem atingir seus alvos de duas maneiras:
Na primeira, semelhantemente à parácrina, essa comunicação ocorre entre células próximas, a diferença existe no tipo de ligação, tendo em vista que a comunicação neurócrina somente liga uma célula nervosa a outra ou uma glândula ou a um músculo. É a comunicação via sinapse clássica, através da fenda sináptica. O mediador químico recebe o nome de neurotransmissor e se difunde ao longo da fenda para se ligar aos seus receptores pós-sinápticos e ter seu efeito em questão. Ex, um neurônio dopaminérgico liberando dopamina num outro neurônio.
Na segunda maneira, a terminação nervosa de um neurônio libera o mediador químico, porém não numa sinapse, mas sim na circulação sanguínea para atuar como um hormônio com ação endócrina, essa ação também pode ser chamada de ação neuroendócrina, pois é um neurônio produzindo um hormônio que se difundirá num local longe de sua produção através da circulação. O mediador químico pode ser chamado também de neuro-hormônio. Como exemplos, podemos citar a ocitocina e o ADH, que são liberados e atuam nessas condições, os neurônios dos núcleos hipotalâmicos os produzem e os secretam através dos seus terminais axônicos ao longo da neuro-hipófise e atuam nas suas células-alvo em questão.
Referência:
Fisiologia - Margarida Aires - 4ª edição - 2012
Fisiologia Médica - Boron, Walter F - 2ª edição - 2015
Fisiologia Humana - Uma Abordagem Integrada - Silverthorn - 5ª Edição - 2010
Tratado de Fisiologia Médica - Guyton - 12ª Edição - 2011
Fisiologia - Berne & Levy - 6ª Edição - 2009
Tratado de Fisiologia - Aplicada às Ciências Médicas - Douglas - 6ª Edição

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